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Café faz bem para o cérebro?

O segredo para desfrutar dos benefícios do grão está no consumo moderado

O aroma do café invade os lares a cada manhã, de um extremo a outro do Brasil. A paixão pela bebida, no entanto, ultrapassa fronteiras e a coloca em destaque entre as mais consumidas no mundo. Sozinho, combinado com leite ou com outros líquidos, geralmente, o café é ingerido por uma única pessoa várias vezes ao dia, seja apenas pelo apreço ao seu sabor ou para melhorar a disposição e a produtividade no trabalho e nos estudos. Mas, será que esses são os únicos benefícios que ele traz para a saúde? Estudos recentes mostram que a cafeína e outras substâncias presentes no grão podem ter efeitos positivos para o cérebro, desde que o consumo ocorra com moderação.

O neurologista Raul Campos de Oliveira, da Clínica N3 – Neurologia, Neurocirurgia e Neuropediatria, observa que o café propicia uma melhora da qualidade e quantidade de vigilância, atenção, memória, humor, destreza e até da performance física. Conforme esclarece, esses efeitos estão relacionados à sua atividade como antagonista de receptores distribuídos no sistema nervoso central. A bebida indispensável para grande parte dos brasileiros também pode auxiliar no emagrecimento, reduzir dores de cabeça, melhorar sintomas respiratórios, aliviar o estresse e ajudar a conter processos inflamatórios.

Há indicativos de que ela ajuda, inclusive, na prevenção de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. “Um estudo coreano publicado em 2019 observou que pacientes com ingestão diária maior que duas xícaras de café tiveram menor presença de depósitos de proteínas beta-amiloide em idosos não demenciados, o que resultou em um provável efeito protetor”, comenta Oliveira. Ainda não é claro qual das moléculas do café pode ter provocado esse resultado, segundo ele, mas a relação parece ser com a ingestão crônica e não com o aumento momentâneo do consumo. “Assim, por enquanto, ousamos dizer que o café pode ajudar na prevenção do declínio cognitivo”, acrescenta o neurologista.

Por meio de imagens funcionais, outros trabalhos de pesquisa demonstraram diferenças no sistema límbico (que se refere às respostas emocionais) e na área somatossensorial (relacionada ao controle motor e o alerta) entre pessoas que consumem mais de uma xícara (50 ml) por dia e as que ingerem menos de uma xícara por semana. 

As evidências sobre os diversos efeitos fisiológicos da cafeína e do café para o organismo foram citadas em um artigo de revisão publicado em 2020 no periódico New England Journal of Medicine. Segundo o estudo, em quantidades controladas, o café pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, certos tipos de câncer e doenças crônicas, como diabetes tipo 2.

 “Não é de hoje que estudamos os efeitos antitumorais dessa bebida. Há estudos que avaliaram impactos sobre câncer de mama, colorretal, de pulmão, endometrial e de próstata”, comenta Oliveira, comprovando que as implicações do consumo de café vão além das estruturas cerebrais. 

Dose diária 

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) recomenda que não haja exagero na quantidade consumida diariamente, por ser uma bebida estimulante – e, portanto, diurna -. A entidade disponibiliza em sua página eletrônica uma tabela com a dose ideal por faixa etária, a ser ingerida ao longo do dia, com intervalos mínimos de duas horas. 

Para o neurologista da N3, não há uma resposta pronta com ampla validação científica com relação à quantidade ideal de café por dia, visto que há questões genético-moleculares que tornam a resposta à bebida uma questão muito pessoal. “Com base em estudos, posso dizer que a melhor estratégia para definir qual é a dose ideal é avaliar fatores adicionais como bem-estar durante a ingesta, alterações de sono e humor que prejudiquem o cotidiano e controle da sua pressão arterial”, orienta. “O café deve ser prazeroso, não uma penalidade”, completa. 

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