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Benefícios do canabidiol para doenças neurológicas e degenerativas.

Medicamento é indicado para tratamento de adultos e crianças; resultados positivos se destacam em pacientes com dor crônica e autismo

O uso do canabidiol (CBD) para tratamento de doenças neurológicas e degenerativas vem sendo largamente debatido pela comunidade científica nos últimos anos. Embora o produto derivado da planta Cannabis sativa (também popularmente chamada de maconha ou cânhamo) seja conhecido há séculos, o tema ganhou notoriedade nos tempos atuais devido ao reconhecimento de seu potencial medicinal pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e à legalização do uso. Na Neurologia essa substância é utilizada principalmente no tratamento de crises convulsivas, autismo, ansiedade, dores crônicas e fibromialgia.

No Brasil, a importação individual do canabidiol foi autorizada desde 2015, no entanto, com a permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em dezembro de 2019, a utilização do CBD cresceu significativamente. De acordo com o neurocirurgião da Clínica N3 – Neurologia, Neurocirurgia e Neuropediatria, doutor Carlos Zicarelli, estudos recentes têm evidenciado um efeito positivo do canabidiol na analgesia em pacientes com dores crônicas por mais de três meses, por múltiplas causas, associadas ou não à dor do tipo neurogênica (dos nervos).

Conforme explica, os dois receptores mais abundantes na cannabis são o CBD puro, utilizado para regular uma gama de ações bioquímicas e, assim, trazer efeitos positivos para o corpo, e o THC (tetraidrocanabinol), que está relacionado a sensações de bem-estar, prazer e efeitos colaterais do ponto de vista psicológico. Novas pesquisas mostram que há uma evidência positiva, com efeito analgésico muito maior, para o uso do canabidiol para controle de dor crônica neurogênica associada à ansiedade. “Isso ocorre devido à ação dessas duas moléculas nos receptores CB1, que é mais abundante no sistema nervoso central e o alvo do medicamento no cérebro, e no CB2, presente nas células do sistema imunológico, mais especificamente relacionado ao trato gastrointestinal”, esclarece o neurocirurgião.

O uso do canabidiol deve ser feito com prescrição médica bem recomendada, com dose calculada, e os efeitos colaterais precisam ser monitorados pelo profissional de saúde que acompanha o paciente. O CDB não deve ser utilizado sem o aval e a prescrição médica visto que os efeitos colaterais do TCH, principalmente para quem que já utilizou maconha em alguma fase da vida, podem ser bem significativos. “Os sintomas incluem tontura, alteração do apetite, depressão, desorientação, alteração do humor, amnésia, visão embaçada, diarreia e alucinações. Por isso o uso deve ser muito regrado pelo médico”, frisa Zicarelli.

Sobre a eficácia do medicamento, o neurocirurgião comenta que alguns dos seus pacientes que tentaram tratamentos convencionais e não melhoraram, obtiveram resultados positivos com o canabidiol.

Indicação para crianças

As duas principais indicações do CBD na Neurologia Infantil são para epilepsia refratária e autismo. O uso ainda é restrito e cauteloso com as crianças. Segundo a neuropediatra da Clínica N3, Daniela Godoy, esse medicamento não é a primeira escolha para a grande maioria das epilepsias, com exceção da Síndrome de Dravet. Em seu consultório, por exemplo, ela só prescreve o canabidiol em casos muito refratários que não tiveram melhora com tratamentos mais habituais.

O medicamento tem se mostrado bastante eficaz para casos de autismo, visto que tem ação expressiva no controle da agressividade. A cada cinco pacientes para os quais a doutora Daniela prescreve o canabidiol, quatro são autistas e um é epilético. A variação da dose é muito grande porque depende da tolerância e da resposta de cada criança. Por meio do acompanhamento periódico, a neurologista vai ajustando a dose, sendo que pode partir de 2,5 miligramas por quilo por dia até 25 miligramas por quilo por dia.

A exemplo da maioria dos medicamentos, a melhora nem sempre é imediata, por isso é importante insistir no uso por pelo menos dois meses. “É preciso testar e ter paciência para aguardar os benefícios de acordo com o organismo de cada criança, pois para alguns casos, o canabidiol muda completamente a vida para melhor”, acrescenta a neuropediatra. A resposta positiva para o tratamento com canabidiol é observada em um terço dos pacientes.

Ainda que a OMS tenha considerado que o consumo do CBD não apresente qualquer perigo de dependência nem riscos para a saúde, doutora Daniela é cautelosa nas prescrições visto que não há ainda estudos de longo prazo que lhe deem total segurança para o uso prolongado da cannabis.

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