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É normal acordar com dor de cabeça?

Inúmeros fatores podem estar relacionados à cefaleia matinal; insônia ou falta de sono reparador estão entre os gatilhos da doença

A dor de cabeça é uma queixa muito comum, tanto que se avaliarmos a população mundial dentro do período de um ano, pelo menos metade das pessoas vai apresentar um episódio de cefaleia (nome científico da doença). Na maioria das vezes, a dor de cabeça não terá maiores repercussões, será de evolução benigna. Porém, alguns tipos de cefaleia demandam avaliação médica, porque poderão estar associados a uma condição grave ou necessitar de tratamento específico.

A cefaleia matinal é uma das queixas que causam maior incômodo e, por vezes, incapacita as pessoas na execução de suas tarefas. Quando ela ocorre com frequência, pode ser um indício de que algo não vai bem e que é necessário se atentar às possíveis causas, como a má qualidade do sono ou horas insuficientes de descanso, visto que há uma relação estreita e bidirecional entre sono e cefaleia, um influencia no outro.

De acordo com a Dra. Juliana Passos, neurologista da Clínica N3, uma das condições que precisa ser investigada quando o indivíduo passa a ter dor de cabeça ao acordar muito persistente é a apneia obstrutiva do sono, que é uma condição na qual a pessoa apresenta roncos e também queda da saturação de oxigênio do sangue enquanto ele dorme.

Mas não só a apneia está associada à cefaleia matutina, outras condições que dificultam o sono também são fatores que influenciam na dor. “O fato de não ter um sono reparador ou insônia pode ser o gatilho para dor de cabeça mesmo em quem não sofre de enxaqueca ou cefaleia crônica”, observa a médica. Segundo ela, a dificuldade para dormir e um sono de qualidade ruim são mais comuns em pessoas que têm sintomas de ansiedade ou depressão. Por isso, é necessário ficar atento e não utilizar apenas o analgésico, mas entender o real motivo do quadro de dor.

A ortodontista Dra. Ariane Furtado, da OdontoPrevent, afirma que não é normal acordar com dor de cabeça e explica que, em muitas situações, cefaleia pode ser também tensional e estar relacionada ao bruxismo (contratura intensa dos dentes durante a noite), ao briquismo (apertamento dental), ao estresse, à oclusão inadequada, ao tipo de mordida e até mesmo à má postura corporal. “É importante que o paciente tenha o acompanhamento de um dentista especializado para avaliar a oclusão, a mastigação, os desgastes do dente e a origem da dor e do estresse”, orienta. Para uma melhor conduta e otimização dos resultados, ela indica o atendimento multidisciplinar com dentista, médico, psicólogo e fisioterapeuta.

Com relação ao tipo de especialista a ser consultado num primeiro momento, a Dra. Juliana esclarece que se a dor de cabeça for episódica, leve, gradual, pode ser avaliada por qualquer profissional de saúde, mas se for frequente ou vier com sinais de alarme é recomendado que o paciente seja avaliado por um neurologista, que investigará se há alguma doença subjacente. Entre os sinais de alarme estão: cefaleia associada à febre, dor muscular intensa, crise convulsiva, perda de peso, perda de força de um lado do corpo ou perda de sensibilidade. Também merece um olhar diferenciado a cefaleia que inicia subitamente com caráter explosivo, de trovoada, ou que acontece durante um esforço (incluindo atividade sexual) ou tosse, por exemplo. Um indivíduo mais velho que nunca sofreu de dor de cabeça, mas que após os 50 anos passa ter episódios importantes de cefaleia também precisa ser avaliado por um neurologista.

Tratamento

Segundo a neurologista Dra. Juliana, atualmente há mais de 300 tipos de dores de cabeça descritas, sendo que a maior parte corresponde às cefaleias primárias (em que a própria dor de cabeça é a doença) e apenas uma pequena parte é secundária (está associada a outras doenças). “Não existe um tratamento único para dor de cabeça, mas existe o tratamento correto, que começa com o diagnóstico correto”, esclarece a doutora. Mesmo dentro do grupo das cefaleias primárias existe uma variedade muito grande de tratamentos porque eles são dirigidos de acordo com o tipo da dor de cabeça. De forma geral, existe o tratamento que visa a crise aguda e o que visa a prevenção em pacientes que têm dores muito frequentes.

Quando o caso é de tratamento com ortodontista, podem ser utilizadas placas de mordida, aparelhos ortopédicos ou ortodônticos, ou serem realizados desgastes nos dentes. Tudo vai depender do diagnóstico do paciente.

Automedicação

Por ser uma doença muito frequente e os analgésicos estarem acessíveis nas prateleiras da farmácia, a incidência da automedicação é elevada entre as pessoas que sofrem de dor de cabeça, inclusive, porque o acesso aos médicos muitas vezes não é tão grande quanto a facilidade de adquirir o medicamento. “É comum que pacientes cheguem ao neurologista depois de um longo período utilizando medicamentos por conta própria”, comenta a especialista. No entanto, o preço da automedicação pode ser alto, pois ela aumenta as chances de reações adversas e efeitos colaterais secundários a um tratamento incorreto, além do risco de cronificação das dores de cabeça primárias.

Outro problema da automedicação da cefaleia ao acordar é que se o paciente não identificar a causa, o analgésico simples não vai resolver o problema, e quando é feito o diagnóstico correto, isso vai ser muito mais eficaz no tratamento do que simplesmente utilizar um analgésico. “A orientação é: percebeu que a dor de cabeça tem ficado frequente ou com algum sinal de alarme, procure um neurologista, não se automedique. Ele vai saber escolher a melhor classe de medicamentos a ser usada e a frequência, também vai dar um esquema de medicamentos seguros que o paciente possa ter em casa para situações de urgência, e isso vai levar a uma série de efeitos positivos na evolução do caso”, completa Dra. Juliana.

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